segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Começar e terminar bem

1 Reis 11:4 "Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o Senhor seu Deus, como o coração de Davi, seu pai,"

Salomão foi com certeza o rei mais bem sucedido da história de Israel, no entanto não teve um final de reinado bom para se orgulhar. Davi já teve problemas no encerramento do seu governo, criados a partir de seu relacionamento impróprio com Bateseba, mãe de Salomão. Parece que a família de Davi realmente teve um relacionamento conturbado com o sexo feminino. Salomão chegou ao ponto de ter 700 mulheres e 300 concubinas, muitas delas de nações as quais Deus não permitia um contato tão próximo.

Indiferente à questão da quantidade de mulheres que ele tinha, algo ainda não proibido na época, o fato é que muitas dessas mulheres eram advindas de reinos que adoravam outros deuses que não o grande IAVÈ (eu sou) de Israel. Elas conseguiram convencer o homem mais sábio do mundo a participar de sua adoração, o que trouxe uma série de consequências ruins para o rei. Salomão que havia começado bem ao pedir sabedoria para governar o povo, agora termina mal se entregando a idolatria por influência de suas esposas. Disso veio a divisão do reino, hostilidade entre Israel e Judá, culminando com a deportação do povo para a Babilônia muitos anos depois.

É muito importante começar bem, no entanto é muito mais importante terminar bem. Em nossas vidas já observamos muitos inícios promissores, aos quais esperamos grandes feitos, mas que acabam abortados por escolhas ruins ao longo do processo. Não é possível minimizar os efeitos de nossas escolhas no dia a dia e nem imaginar que um bom começo é garantia de sucesso permanente. A vida é muito mais complicada e precisa ser vivida com a certeza que Deus avaliará nossas obras, trazendo luz inclusive àquelas que estão ocultas no fundo de nossos corações.

Na educação cristã, muitas vezes, nos dedicamos muito ao começo da caminhada, esquecendo que a maturidade é algo que vem em um processo gradativo. Acreditamos que se dermos uma boa base no primeiro ou segundo ano de conversão, isso será suficiente para garantir uma vida cristão de qualidade. Na prática não é bem assim, e precisamos como igreja perceber que o processo é mais importante que o início. Como pai recente, esforço-me ao máximo nos primeiros meses de vida de minha filha, mas este bom começo não servirá de nada se daqui para frente eu me tornar um pai negligente, autoritário e não amoroso. Os prejuízos para o futuro dela serão irrecuperáveis, por mais que o começo tenha sido bom. Maturidade se adquire aos poucos, de maneira gradual com uma séria de pequenas escolhas que criarão um futuro positivo.

Nunca estaremos totalmente isentos a erros, mas precisamos avaliar nossas vidas a fim de que eles não transformem o fim de nossas vidas em uma tragédia completa. Não podemos permitir que a arrogância dos bons começos nos deixe acomodados, nos fazendo esquecer das boas escolhas do dia a dia. Como Paulo, precisamos "esquecer das coisas que pra trás ficam, avançando em direção ao alvo". Precisamos viver nossas vidas como  servos fiéis, sabendo que Jesus voltará sem aviso, ponderando nosso caminho e crescendo na fé todos os dias. Paulo combateu o bom combate e venceu. Salomão começou bem, mas sucumbiu. Que no final de nossas vidas possamos ser considerados vencedores, essa é minha oração e meu mais profundo desejo.


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